sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Explicações: mais do mesmo.

Como numa comidinha caseira, aqui também é preciso de ingredientes pra fazer a coisa dar certo. Junte amor, tempero, tranqüilidade, vontade e acima de tudo disposição e você terá pelo menos um textinho de merda pra enganar o leitor que frequenta seu blog na ânsia de ver algum dejeto mais fedido, porque no fundo post com cheiro de lavanda espanta a patuléia. /Jorge feelings. A verdade é que eu entrei de férias arrastadinha em física – sempre física – esbanjando ponto em literatura e matemática, e sufocada em química. Aproveitei meu tempo pra gritar, comemorar, todas essas coisas com uma roupagem de filme americano e feliz. Toda essa alegria passou longe desta privadinha de dejetos que anda com teias de aranha por todos os cantos. I know, a coisa ta feia. Nossa casa anda desarrumada, os móveis fora de lugar. A diarista que vos fala anda em falta com os afazeres domésticos, e só está vindo intercaladamente pra falar que a coisa está feia. Mas que coisa feia! Montes de assuntos recentes, o Lombardi morreu, o carro da minha mãe quebrou, eu cai da escada do laboratório, eu engasguei com a coca-cola... Se tudo que acontecesse na minha vida, ou no mundo virasse post isso aqui estaria infestado de notícias, infestado de plástico. E vocês sabem que eu sou a favor de uma parada mais sustentável, portanto vou no meu tempo... Largando lentamente relatos sobre as vicissitudes dos meus dias, ou apenas dejetos da mente de uma aspirante a uma coisa qualquer. E qualquer coisa, qualquer dia, qualquer hora... A gente se esbarra.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A filosofia dos vetores.

Final de ano é uma coisa que balança mesmo com a gente, sem hipocrisia. É mais uma etapa vencida, mais um ano que se passou, não que isso seja bom, afinal as marcas da idade vão surgindo, junto com as responsabilidades do envelhecimento. Mais um ano onde você aprendeu, se fodeu, teve sorte... Encontrou a pessoa certa. Ou saiu passando por todas as mãos erradas. O fato é um só: passou. Inexoravelmente passou. Irrevogavelmente já era. E então vem toda aquela hipocrisia do natal, abraços... Eu me sinto numa verdadeira dança do quadrado e lá vamos nós: beijinho no inimigo, beijinho no inimigo! O que há de mais verdadeiro e essencial no natal, é na verdade esse processo que começa desde o finzinho do ano, onde contabilizamos erros e acertos planejando coisas mirabolantes – ou não tão mirabolantes – para o ano que irá nascer... Essa história de “então é natal e o que você fez” sempre me assustou, mas eu estava ocupada demais esperando o presente de Papai Noel. Esse processo de análise começa no momento em que notamos que estamos deixando coisas para trás e adquirindo novas. Módulo, direção e sentido. Sempre achei que isso só teria utilidade nas matérias do colégio, mas me enganei. Pessoas são como vetores, e o final de ano só viabiliza essa análise. Tudo o que nos separa na vida são sentidos. Olhe as pessoas que estavam com você no ano passado e hoje são somente boa lembrança. Agora olhe aquelas que ainda estão contigo... E pare pra dar uma observada nas pessoas que entraram na sua vida nesse ano que se passou. Alguns dos seres que hoje habitam no teu mundo, serão pó em um futuro bem próximo, bem como alguns ainda estarão contigo. Todo final de ano é nostalgia das coisas que passaram e acima de tudo é matemática vetorial. No momento em que pessoas tomam rumos dispersos, sentidos opostos, tendem a subtrair. Tendem a perder algo, como num cabo de guerra onde alguém leva a melhor, mas todos os participantes saem com as mãos arrebentadas. Rumos opostos são prejuízo, são subtração. Mas no momento em que decidimos caminhar juntos, no mesmo sentido, só temos a somar. Só temos a ganhar, absorver. O paralelismo é algo útil dentro de uma filosofia coletivista... E de fato vivemos em mundo onde pássaros sozinhos não conseguem migrar do norte para o sul, por mais que assumamos essa tal auto-suficiência utópica. E quando nos unimos – vetores que somos – geramos um fruto ideológico, ou até mesmo materializado, o tal vetor resultante. Quando não damos conta sozinhos de formar um pensamento, convidamos outros a pensar e agir conosco, então pelo método do paralelogramo geramos um vetor resultante de pensamentos, atos. Um vetor resultante da essência coletiva. Mais um fim de ano chega e junto com ele analiso as formas geométricas que tracei ao longo do ano. A felicidade da adição, a perda da subtração e os vários paralelogramos de afeto que me rodeiam... Olho até os rumos perpendiculares que geraram vetores de um pensamento reto e preciso. Então o meu natal é hoje, a minha árvore de natal certamente não é cônica e sim cheia de formas de quem passou e ainda passará pelo meu caminho.

Acabou a dieta, criançada.

Semana passada no MSN, uma Alien dialoga comigo:

- Nunca mais post no blog, Manu.
- É, tenho andado sem tempo, provas, trabalhos, coisas pra fazer. O de sempre.
- Quando vai ter post?
- Não sei. Já disse que escrever é como defecar. A gente faz quando sente vontade.
- Mas...
- Vem cá, você costuma cagar com alguém te pressionando a fazê-lo?
- Não, mas...
- A tendência é apertar, mami. Não estou tendo uma diarréia, perdão.
- Claro que não está! Isso é nojento, mas...
- Mas é a realidade.
- Queria ver você escrevendo um dia desses...
- Você gosta de defecar com alguém te olhando?
- Ai, que horror. Por que você ta falando isso? Você está escrevendo e não defecando.
- O fluxo é o mesmo.
- Sim, quando vai ter post mesmo?
- No dia em que eu tomar 46 Almeida Prado, miséria. No dia que a minha prisão de ventre cessar... E quando eu tiver um tempo digno pra almoçar e ai sim ter o que defecar. Agora me deixe em paz, o toba é meu e a privada do blog também é minha.
- Sempre delicada.

Acabou a dieta, tomei remedinho, meus problemas de pressão psicológica cessaram. Então me sinto bem à vontade pra sentar, relaxar e colocar pra fora os dejetos presos em meu intestino, cérebro e afins. Espero que entendam, mas estar ressecada é coisa séria.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Eu juro.

Eu juro que vou enfiar uma faca no esôfago do malandro que inventou esse negócio de trabalho interdisciplinar, esse negócio só dá discórdia, dor de cabeça e em resumo me deixa sem tempo. Ando sem tempo de cuidar disso aqui, ando sem tempo pra computador (acredite) e ando sem tempo até pra almoçar. Agora recapitule com a madame aqui, sou gorda, sedentária, levemente viciada em computador e amo escrever.... As coisas que eu mais gosto estão sendo privadas de mim, e pra terminar: semana que vem o elefante branco da prova de física se aproxima... Sente o cheirinho de gente apressada se borrando? Então.

Eu juro que quando essa história de projeto e prova de física acabar eu darei as caras por aqui, ta bom?

Eu juro também que postarei meus textinhos piegas e lotados de emoção em homenagem às meninas que me pedem.... Principalmente Pata Couto.

Eu juro que vou almoçar direitinho, ser uma boa menina... E juro que lerei “5 minutos” com um apetite voraz, e comentarei aqui sobre isso em breve.

Juro que organizarei minha vida, meus horários e toda essa bagunça.
E pra finalizar juro que continuarei mandando as pessoas se foderem com classe e destreza, e olha que essa semana eu tenho motivo pra falar mal de uma par de sacaninhas.

Beijos, abraços... E cuidem-se. Ellamay dará as caras por aqui, é um juramento. Esse post na verdade é de todo um compromisso com você, leitor que acompanha esse depósito de dejetos mentais.

sábado, 17 de outubro de 2009

Carta a um caro filho da puta.

Não tem objetivo, antes que as pessoas comecem a tomar pra si o que eu posto aqui. Meus posts não tem um destino certo, ao menos que eu informe. Então deixe de egocentrismo, manézinho. O mundo não gira em torno de você e eu não estou falando de você, olhe pro seu umbigo pra limpar a sujeira e apenas isso. Combinadinho? Então... Todo mundo teve um filho da puta na vida. É clichê, é jóinha, mas todo mundo já chamou alguém no auge do emputecimento de “filho da puta”. Não é um xingamento a mãe do camarada, eu sou a única que entende esse bagulho como algo direcionado a pessoa e não a mãe dela? Mas, focando. Olhe aqui pra mim, pode olhar... Eu sei que alguém já fodeu com a sua vida, brodão. Eu sei que alguém já furou seu olho, já te magoou. Eu sei que alguém já explorou você, já entrou no bar pra aproveitar-se da bebida free entre amigos. Eu sei camarada, que alguém já roubou sua vaga de emprego, que alguém já bateu no seu carro parado em uma sinaleira. Eu sei, eu sei. E você, o que fez? Não desceu a broca? Ah, malandragem... Xingar mentalmente nem rola. Então eu como sou solicita vou colocar pra fora o que você queria dizer... É a sua oportunidade de re-enviar uma cartinha àquela pessoa que já fodeu com sua vida. (Você leitor culto e interessado pelas vicissitudes da vida compreenderá a sucessão de palavras de baixo calão, estraçalhando o ser que enfiou o dedo na sua farofa.)

Vamos ao que interessa, vamos à baixaria que eu sei que é o que você está esperando, danadinho. A história começa mais ou menos assim:


Olá, caro filho da puta. Eu sou o (a) ____________ (Insira seu nominho aqui.) e estou aqui para lhe falar de como as flores tem um aroma maravilhoso, aliás... O perfume da nega que você me roubou é uma delícia também. É claro que compreendo a necessidade que tens de experimentar o suave aroma da vida... Mas isso não irá acontecer, porque eu pretendo pegar dois pega varetas – daqueles que criancinhas brincam - e introduzir pelas suas cavidades nasais depois de lhe socar até arrebentar isso que chama de nariz
Caro filho da puta, acredito que você é um ser que adora gozar da vida, e ver o que ela tem de melhor, não é, sabidinho? Pois então não verá mais jeba nenhuma, aliás... Só verá a minha jeba até a fatídica hora onde pegarei um saca-rolhas e enfiarei no seu glóbulo ocular. Eu pretendo romper a sua ligação nariz-olho-garganta e fazer você tomar uma aguardente pelo olho, pode ser urina também. A escolha é sua, olha como eu sou bacana com você. Depois disso eu pretendo lhe dar quiboa só pra você defecar rasgando o cu por uns dias, pra você saber o que é dor de verdade... Daí vamos aos castigos leves, ham? Que tal um moonwalk em um tapete de pregos? Melhor! Muito melhor... Que tal um moonwalk em pregos molhados com esterco de jegue? Ah, não reclame, bobinho. Você não estará sentindo o cheiro de nada numa hora dessas. Por falar em cheiro... Que sensação boa é soltar flatos, hein amigão? Já acabei com os seus orifícios faciais, agora o buraco é mais embaixo. Vá descendo na boquinha da garrafa, quebre pai... Estamos na Bahia. Quebre um pouquinho... Cuidado com a garrafa! Ih, caro filho da puta você está todo arregaçado. Desejo que você adquira um câncer no olho do cu por quebrar a bendita garrafa do “É o Tchan”! Quero que você vá pra qualquer buraco que seja, que uma linha com cerol corte essa sua bunda imunda e que você sente num formigueiro de saúvas. Quero de coração que depois de toda essa pataquada você adentre uma banheira de água, sal e vinagre. E pra completar quero que passe pelo o que eu passei. Agradeça por eu não te deixar cotó e então você faria parte do percentual que dança lambada tentando coçar o cu. Caro filho da puta, eu quero mais que você tome bem no meio do seu orifício anal já elastecido pelas brincadeirinhas cruéis que lhe proponho. Pense duas vezes antes de foder com a vida de alguém novamente... Depois de tomar no mesmo lugar duas vezes, você vira freguês.



Sentiu-se aliviado pela minha vingança? Sou uma espécie de justiceira e não diferencio classes, tendo algum problema é só entrar em contato - isso se você quiser, pois deve estar assombrado com a agressividade pantagruélica do meu ser - que farei justiça por você. Fique claro que isso é uma grande brincadeira, mas deixo exposto o meu desejo aos grandes filhos da puta que residem nesta cidadela ou em algum lugar distante em Uganda: tomem no cu.

Ellamay prestando serviços aos fracos e oprimidos since ever.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cavaleiro andante.

Vagando na noite sem rumo, parou na esquina mais suja.
O gim já não tinha o mesmo gosto. Nada era igual.
Compartilhou devaneios com quem queria seu bem e o seu mal.
Não sabia distinguir inimigos, muito menos discernir o que era.
Cavaleiro andante montado em uma garrafa de gim.

Saiu do bar trocando os passos, montando os laços.
Sua armadura de pedra continha as lágrimas secas.
Lágrimas de um amor que não viveu.
E todo cavaleiro tem sua dama a defender...
Nem damas, nem xadrez. Ele não tinha mais nada.

A prosa cansou-se, o verso calou-se. E a poesia muda se fez.
Num triste apagar de luzes olhou para dentro de si...
Encontrou a dor pungente, a dor pelo nada... Que era e estava.
Triste cavaleiro andante sem rumo numa esquina sombria.
Quem pagará sua bebida no próximo bar?

O dinheiro acabou, a dor se findou com o fim da vida.
É, meu Caro Cavaleiro... Porque ficou preso na angústia ao invés de seguir a vida?



Ps - Não tenho costume de expor esse tipo de texto, apesar de possuir um arsenal ideológico guardadinho em meu caderno... Capaz de gerar tensões mundiais e tudo mais. Gosto mais de uma pegada de enfiar o dedo na ferida e rir da desgraça alheia, mas dedico essa poesia de merda ao Pequeno Poeta, que tanto me apoia e me ajuda... Sinta-se abraçado por pobres palavras de uma Pequena Plebéia.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

É dia de azar, brodão.

Como meu irmão comentou no blog dele ontem, o dia foi foda. Ontem o dia foi foda. Nada de alegria, grude carinho e sorte. A onda de azar foi generalizada, e eu não sou supersticiosa... Mas em dias como esse eu poderia sair com um pé de coelho, trevo da sorte... Ou até mesmo com um colar de alho espanta-vampiro. Acontece que ontem foi um desses dias onde nada dá certo, e nem comida, coca-cola e bono te animam. Foi simulado do ENEM, eu estava bem segura. Meu nome do meio é segurança, porra. (Zé pequeno feelings.) Mas segurança pra mim é borrar as calças, então não se assuste com os fatos esdrúxulos que irão se suceder nesse post de mau gosto. Cheguei ao colégio mais cedo do que eu previa... A prova era às 7h30min e eu já estava batendo ponto no colégio umas 6h40min, porque meu pai me levou pro colégio... Com ele não tem lenga-lenga, nhénhénhé e mimimis. Acordar, arrumar, zarpar. Uma cólica filha de Santo Estebão (santo de minha criação) me acompanhava no caminho seguida de uma gripe fodida e catarrenta. Era o meu dia. Chegar ao colégio cedo é sinônimo de tempo pra dormir... Mas dormir em dia de prova complica. Eu fico goiabona. Baixa o Hebert Vianna em mim, sabe como é... Resultado: menininha coloca a mochila em cima da mesa do pátio, menininha arruma uma melhor posição pra cabeça, menininha apaga .Menininha apagou e se só acordou quando a galera barulhenta começou a chegar no colégio. Respeita a menininha dormindo. Ninguém respeita, malditinhos! Daí tive que acordar. A mesa agora estava lotada de amigos, não era mais eu e Andreza... A galera vindo perguntar conteúdo e eu com a carinha amassada na pegada do that’s ok não conseguia responder nada. Quando baixa o Zé de Olaia, é difícil de sair. (Explico a pegada do Zé de Olaia depois, isso é coisa de dona Mom.) Então, a vida é bela, a voz da mulher que anuncia que os portões estão abertos no microfone do colégio, também. Peguei meu mascote tão explorado e fui pra sala de provas. O portão estava fechado ainda. Um calor, uma união do grude, uma coisa pavorosa. Mascote estava botando as tripas e todo o resto pra fora... Fomos pegar um ar fora daquele ambiente quente e sujeito a infecções virais. Pra que demônio a gente foi sair dali? Vi a cantina e fazendo valer a condição de gordinha fui correndo comprar alguma coisa pra comer, satisfazer meu apetite voraz durante a prova. Comprei um laka, um ruffles de churrasco e uma água. Dei-me por satisfeita... Mas quando eu vi um pessoal comprando refrigerante pra levar pra prova. Aí não deu camarada. Libertei meu lado invejoso e trombadinha: eu quero refrigerante também! Troquei minha água por um refrigerante e paguei a diferença. Daí fui pro inferno do corredor onde ficam as salas... O corredor estava mais congestionado do que o meu nariz, informação não requisitada. I know. Tudo parecia festa com meu refrigerante camarada na mão, mas nem tudo era festa. Eu fui parar na sala seis. A sala dos supostamente inteligentes e gente inteligente não leva refrigerante pra sala de prova. Ninguém me avisou isso, como eu sou mongol. Eu era a única pessoa na sala com uma trouxa de coisas pra comer e um refrigerante na mão. Constrangedor, caro leitor. Constrangedor. Comentei com Ananda:
- Essa porra vai fazer barulho... Eu sou a única com refrigerante. Todo mundo vai olhar pra mim.
Entre espirros, e fungadas profundas eu levantei minha cabeça e notei que uma das fiscais de prova era minha professora Graziela (não a Massafera, imbecil) de biologia. Loira, linda, um raio de sol... Balbuciou pra mim, mas a sua voz não acompanhou seus lábios:
- Linda! Linda!
Era a piada, né? Eu descabelada, gripada, com uma cara azeda... Linda? No way. Mas eu te perdoo, Grazi. Você consegue ser linda até com dor e cara feia. Passou-se o tempo e eu resolvendo minha prova com calma, justamente a prova de biologia. O tempo continuava insistente e eu não percebi ninguém comendo. Mas eu sou uma pessoa de atitude e iniciativa. Abri minha latinha de refrigerante e todos olharam obviamente. Grazi pronunciou-se novamente, mas dessa vez a voz acompanhou os lábios vermelhos.
- É uma cerveja!
Todos riram e olharam pra mim novamente, claro. Já estava suja e encardida, então abri meu pacote de ruffles na marra. Mas mastigar foi uma tarefa difícil, eu superei. Só que agora eu tinha um problema: como limpar a mão suja? Como? Pra minha sorte (a única sorte do dia) deu o horário de ir ao banheiro na exata hora em que eu acabei de comer. Lavei minha mão e catei uns papéis-toalha para meus espirros de esquilo esquizofrênico. Continuei espirrando e fungando. Eu e mais uns dez. Era foda de se concentrar, entrei na sala dos contaminados. Foi isso até o fim, espirros, secreções... E eu empacada na prova. Saí da sala arrasada de cólica e gripe. Desmarcaram a reunião do grupo de roteiro do meu trabalho e eu fiquei lá no colégio mofando um pouco. Encontrei a gêmea loira e grudei nela até a hora de ir embora... Até trote pra casa dela eu passei. Coisa linda. Pra terminar com chave de ouro eu desbandeiro pra casa. Depois do rotineiro ataque canino do meu cachorro, abri o guarda-roupa e... POW! Pu-ta que pariu! O frasco de perfume de toneladas caiu em cima dos meus dedinhos. O engraçado é que eu estava morrendo de dor e minha avó me perguntando sobre a bancada do computador:
- Ta bom, Nu? Eu consertei a bancada.
- Ta ótimo, v.... Caralho que dor.
- Quê?
- Dor.
- É o quê?
- É d-o-r, porra.
Minha primeira reação é correr pela casa gritando, eu corri pela casa. Mas não estava gritando. Só xingando. Inferno de dia. Nada de bom na TV, House me fez chorar, e a noite foi deprê. O dia foi um pouco melhor hoje, mas continuou sarnento. Faz parte do ciclo. Dias bons e ruins... E algumas histórias pra contar.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Metamorfoseando.

O ronronar rouco do telefone às 12:12 do dia 12 de 2012 rompe o silêncio na sala de estar. O sofá já não está no mesmo lugar em que estava há três anos atrás, a sala antes cheia de sons agora é preenchida pelo silêncio das coisas deixadas para trás, das coisas conquistadas. É preenchida acima de tudo pelo silêncio da reflexão que ela fazia no mesmo sofá já tão velho e gasto pelo tempo... O tempo que lhe trouxe algumas marcas de expressão, o tempo que lhe fez adquirir mágoas e abandonar outras. O telefone continuava insistente ferindo seus ouvidos com seu som baixo e grave, ferindo a sua memória tão afetada pelo ambiente familiar desmontado. O cachorro já não latia, a TV da qual tanto reclamava era nova agora, mas não passava o mesmo jogo de futebol que se passara há três anos quando alguém ocupava a ponta do sofá gasto com comentários tão inúteis que hoje fazem tanto sentido. E os conselhos? Os conselhos daquele ser altivo por entre as cadeiras da sala de estar se apoiando em palavras falhadas e desconexas, se apoiando nas cadeiras, nas palavras, nos conselhos. Se apoiando em previsões. Palavras não eram concretas há três anos, mas hoje? Ah, hoje. Hoje tudo faz sentido. A brincadeira de fazer e não fazer. O esconde-esconde entre o certo e o incerto. Se hoje aquela figura impávida estivesse no mesmo lugar, dando os mesmos conselhos, tudo seria diferente. O telefone ainda tocava compondo o cenário presente enquanto o passado fazia-se vigente. Como um sopro, levantou-se e correu atrás do presente. Atendeu ao telefone. A voz rouca já gasta pela idade fez-lhe lembrar, que mesmo não estando ali a voz a acompanharia por toda a vida. Seja em memórias, seja ao longe. A voz nunca se calará, nuca se silenciará enquanto suas artérias pulsarem com a vibração de um coração sereno que não descobriu a perda. Descobriu a metamorfose do momento. Fechou-se em um casulo e esperou por mais três anos, por mais três vidas. Não tinha forças para lidar com o passado.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Abortando e adotando convicções.

Eu tenho um grande problema. Eu não consigo terminar tarefas. A maioria das coisas que fiz eu deixei por estar, em banho maria... Esperando acontecer não sei o quê pra não sei o quê lá se concretizar. (Mas é claro que já conclui muitas coisas. É claro.) É preciso fazer um retrocesso a minha vida não muito longa pra entender o porquê de tantos abortos ideológicos. Eu sou a típica menina brasileira, nascida em uma família de religião católica onde os pais são pessoas corretas e dignas de toda admiração. Eu tive uma infância privilegiada regada a salgadinho, banho de chuva e liberdade moderada. (De fato eu nunca quis mais do que a liberdade que eu tinha. Era suficiente e transbordava de modo que eu fui uma criança feliz.) Eu sempre tive boas referências, um pai batalhador, uma mãe que não ficava por menos. Uma avó que luta até hoje, meu orgulho. Bom, mas vamos a mim e as minhas desistências... Como uma criança nascida na religião católica, eu fui batizada – me considero sem padrinho e não tenho o mínimo pudor em falar disso. Já com a minha madrinha eu gozei de um pouco de sorte, é uma boa madrinha da qual não tenho queixas. – fui catequizada, eu ia a igreja e acreditava piamente em todos os ensinamentos católicos. Eu os abortei pelo meio de caminho, não por não acreditar em Deus. Eu ainda sou católica, mas hoje tenho autonomia pra discordar de muita coisa que eu ouço. Bom, eu sempre tive uma veia artística ou semi-isso, meu pai é louco por música, meu irmão é um ótimo baixista (ou era) e minha irmã... Er, minha irmã canta “aêaêaê” e olhe lá. Eu sempre fui afinadinha, daquelas de voz de mosquitinho, sabe? Eu me considero um pernilongo cantando... Mas vamos lá. Eu comecei cedo e fiz coral na UFBA fui solista, já empurrei neguinho pra cantar na frente do coral, quase perdi minhas cordas vocais tentando cantar mais alto do que o coro. O tempo passou e eu abortei a música. Não completamente. Eu ainda canto no chuveiro, faço shows em sala de aula e ainda tenho a paixão pelo canto... Embora eu não deseje ninguém o pavor de me ouvir cantar. Eu já fiz o bom e velho ballet símbolo da frustração da mãe que não o fez... Eu parecia um bolo de casamento naquela roupinha, vide foto:



Sentiu né? Eu pequena, gordinha, batom vermelho. Uma combinação que hoje eu vejo que seria loucura. Abortei o ballet depois da apresentação onde eu fui um grãozinho de areia e por coincidência do destino é justamente com a roupa que estou na foto. A bendita roupa do grãozinho de areia. Isso foi o bastante para adquirir trauma pela dança. Um pouco maior eu descobri o quanto era hábil na arte de interpretar e improvisar – e isso foi utilizado pra escapar de algumas encrencas na época do primário – então investi no teatro. Fiz uma audição, passei e entrei pra um grupo de teatro oriundo do meu colégio, na hora de improvisar era uma beleza... Mas com o texto pronto na mão eu não conseguia ser quadrada e moldada aquilo. Eu tinha mania de extravasar ou me segurar demais. Esse grupo de teatro resultou em uma peça na qual eu fazia parte do elenco, fiquei em cartaz no Jorge Amado e depois de umas doses de sacanagens eu tomei trauma de teatro. Ou seria do grupo de teatro? Eis o mistério. No ano retrasado eu até fiz uma audição para entrar no mesmo grupo e obviamente passei, acontece que não dá pra mim. Olhar na cara de quem me sacaneou e sorrir já é o limite do meu senso de boa vizinhança. Inventei desculpas como carga horária de colégio, notas baixas – que não era o caso – e abortei o teatro. Já fiz curso de modelo e manequim. Mas eu sempre soube que com o meu físico de bolinho de queijo não iria a lugar algum, fui para o campo dos comerciais. Mas abortei o futuro nada promissor de modelo fotográfica. Eu já fiz natação e na hora do campeonato abortei. E foi assim, abortando convicções e adotando novas que cheguei onde estou. Agora me descobri na área de letras, não por escrever bem... Longe de mim. Sim porque eu tenho prazer em escrever, em dividir ideologias, em compartilhar partes de mim. Tenho muito prazer e pouca vergonha em expor o que eu penso. E eu chego ao objetivo desse post, porque eu não quero que esse blog termine como o ballet, a música e a natação. Perdidos em minha memória. (A música nem tanto. Respiro música.) Daí fica um agradecimento aos meus amigos que cobram posts pessoalmente, por MSN... É um estímulo nessa caminhada sem rumo divagando sobre o óbvio e o não tão óbvio. Que eu não aborte a convicção de que expor tudo o que eu penso é recapitular todas as minhas outras desistências e ter a certeza de que é assim que vou reforçando o meu caráter: abortando e adotando convicções.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Começo e fim: a crônica do óbvio.

Ponto final. O que seria um ponto final? Algo de extrema utilidade em redações, mas que na vida prática não possui sentido próprio. Não possui motivação. Ponto final é sinônimo de desespero, é sinônimo de alívio. É hipoteticamente extremista. Não há meio termo, é como se tudo que hoje é matéria virasse pó, cinza, nada. (Usando gradações de Gregório. HAHA.)
Essa resistência humana a entender, que extremos são perigosos, e que pontos finais não são o ápice da montanha, muito menos a ponta do abismo, é que torna o processo da vida mais doloroso. Chora-se o leite ao fim, comemora-se o início. Chora-se o início e comemora-se o fim. E a suposta harmonia se inicia com o fim de dilemas, ao passo que novos dilemas se formam.
É preciso entender que toda despedida tem um retalho da alegria da chegada, toda chegada tem um remorso da perda. Em cada decisão tomada há um pouco de você abandonando aquele espaço e outra parte ficando. Eu escolheria reticências. Misteriosas reticências retas e contínuas. Ou quem sabe o traçado curvilíneo de uma vírgula, que desenha o caminho sinuoso que trilhamos nesse processo apelidado de vida. Cada dia eu fico mais convicta de que pontos finais servem somente de pausa para os meus períodos incansáveis. Afinal: toda vez que parti eu ganhei algo, e perdi também. Porque os trilhos nunca possuem um fim.
Vivamos, sem os desesperos imediatistas e com a consciência de ganhos e perdas. Com a consciência dupla de que as coisas acontecem com um propósito. Vivamos com a certeza de que em cada trecho do passado há uma influência de pensamentos futuros. E o futuro é um reflexo de pensamentos passados. Vivamos cientes de que em cada retalho do início existe uma dosagem de fim. E em cada fim existe uma dosagem de início. A estrada é infinita, o caminho é árduo. O desespero não cabe. Não hoje, enquanto eu posso trocar gotículas brilhantes, por um fluorescente sorriso.

Meu ursinho.



Pura poesia. Sem mais. (Risos.)

sábado, 12 de setembro de 2009

Uma singela homenagem.

Pra quem não sabe hoje o “Detesto Gente Inteligente” (blog do meu hermano Jorge, o bola 7.) está completando um aninho de vida, um aninho detestando gente inteligente com autenticidade e irreverência. E como eu não perco festa de criança, bolo, guaraná e docinho... Estou aqui fazendo uma singela homenagem pro meu irmãozinho. (Não era pra rimar, mas foi bom que combinou com o clima meigo e gentil.) Ou semi isso.
Não é porque é o blog do meu irmão, mas eu sou leitora compulsiva do DGI, daquelas que tem uma crise histérica quando vê algum post do tipo: “Hoje não tem.” Não tem minha caceta. Tem que ter. O problema é a grana? A gente forma uma vaquinha pra te pagar mensalmente, Jorge. Não chore. O pó de café não vai acabar, e cachaça você arruma fácil por aí com sua rede influente de amizades. (Pausa para risos.) Brincadeiras a parte, o único motivo do DGI fazer algum sucesso: é você. Você com a sua diarréia mental, estilingando posts cada vez melhores. Você com sua escrita concisa e suas piadas prontas. Você, você, você e você. O DGI é a personificação da tua mente semi-brilhante. (Pode me xingar, brodinho. Hoje ta liberado.) Enfim eu quero que saiba que o seu sucesso, é o meu sucesso... É o sucesso de quem lê aquela joça todo dia e se engasga com a asinha do frango na hora do almoço depois de uma crise histérica – e desnecessária – de risos. Obrigada por nos alegrar quando a vida parece uma merda. É uma sensação tão boa rir da desgraça alheia. Obrigada por nos brindar com seu ponto de vista. E obrigada por compartilhar posts brilhantes e idiossincráticos desde 2008. Parabéns DGI. Parabéns Jorge.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

The Resistance. Coisa linda de ouvir.

Depois de ouvir o novo CD do Muse e refletir durante tempos sobre como as músicas se encaixaram perfeitamente no contexto dos outros dois CDs, veio a pergunta típica: “Você acha que esse novo álbum supera o Black Holes and Revelations?” É o natural das pessoas. Comparar a última obra pra ver se eles continuam com a pegada e coisa e tal. Eu imagino que é assim também com as pessoas que acompanham os blogs da atualidade. A gente sempre avalia pra ver se tem coisa melhor vindo a caminho. Eu posso dizer com propriedade: O Muse não perdeu a pegada. O Muse seqüenciou uma saga. (muito bem, por sinal.) Eu confesso que baixei o CD aos pulos, e quando começou ‘Uprising’ eu quase cai da cadeira... Era mais do que eu podia esperar. Ou talvez fosse exatamente o que eu estava esperando. É difícil de dizer. Depois do orgasmo musical com a primeira faixa do álbum bateu aquele frio na barriga com ‘Resistance’ uma música bem característica do que a banda é em si. É o tipo de música que você espera quando conhece o histórico deles. (Pelo menos foi assim pra mim, mas opinião é algo individual.). Essa música dá uma suavizada na parada, malandro. Foi a música que mais me encantou. E depois com as inovações de ‘Undisclosed Desires’ eu não esperava mais nada. Absolutamente nada. Tudo se encaixava perfeitamente na atmosfera mítica criada por Matt Bellamy. O CD não segue uma sequência crescente e decrescente. Ele oscila de forma totalmente ousada. E quando você pensa que ouviu tudo o que a obra tem pra oferecer... Eles encerram com uma sinfonia ‘Exogenesis’ dividida em três partes. Putaquemepariuquecoisalinda.

Borboletas no estômago; o CD no repeat há 3 dias; meu novo vício. Eu ouvi e recomendo. Ressaltando novamente: gosto é que nem toba, meu amigo.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Teatro Mágico.

É muito clichê dizer que meus olhos se encheram de lágrimas, que meus pés flutuaram que minha pele se arrepiou. É muito piegas dizer que eu fui envolvida por uma aura de magia onde a poesia era toda hora, todo dia. E o dia era aquele momento. É muito convencionado dizer que certas emoções não se repetem, mas é verdade. Elas não se repetem. Nenhum show será igual aquele, as músicas JAMAIS serão tocadas daquela forma. Os acordes continuarão os mesmo. Eu sei disso. Mas pra mim não haverá no mundo um momento como aquele. Talvez venham shows melhores, talvez venham piores. Mas nenhum igual aquele. Dia 23/08 no Circo Picolino, O teatro mágico, o picadeiro, as pessoas. Momentos feitos sob a medida certa, a poesia feita em exagero, pra sobrar em nossos corações. Saltar pelos olhos. Soar por nossas cordas vocais em um coro único. Não quero fazer piadinhas em cima desse show. Embora eu pudesse enumerar as piadas prontas que eu tenho pro meu amiguinho Vinícius. Mas eu estou de bom humor e vou aliviar, afinal: a poesia prevalece.

Alegria de pobre dura pouco. E tenho dito.

Semana passada a minha querida mãe conselheira e afins comprou uma dessas raspadinhas que vendem na banca de revista, sabe? (Eu sinceramente nem me atrevo a raspar aquilo por um motivo óbvio: eu não tenho sorte. Eu sou a ovelha que se desgarrou do rebanho da sorte. Se houver um buraco na rua, serei eu a primeira a cair nele. Se houver uma pedra no caminho eu sou a primeira a tropeçar. Se eu quiser ir a praia, provavelmente irá chover. Mas chega de falar do meu azar pessoal. Isso é assunto para outros posts. Ou não.) O resumo da história da raspadinha é que você tem três colunas, se você raspar e achar três coroas seguidas você ganha o prêmio indicado na seta da linha ou coluna em que você encontrou. Minha mãe, míope dos olhos verdes só enxergou bem grande aquilo que estava em letras vivas: 60 mil! Ela acertou três coroas seguidas. E então ela me liga toda animada, emocionada, cheia do grude pra falar da grana faturada. O tempo passa... E nos encontramos pela tarde. Eu como boa filha que sou, larguei o verde:
- E aí, mãe? 60 mil, hein? (Insira aqui um tom disfarçando o interesse na grana)
- É... Na verdade foram só dois reais. Era o prêmio indicado na seta.
- É, dá pra comprar um dogão, vamo ali?
Como toda fábula infantil e escrota tem uma moral convencionando criancinhas ao modelo ético imposto, essa historinha também tem uma moral.
Moral da história: Não cante vitória antes da hora, caso você seja pobre e tenha 18 graus de miopia. É eu realmente disse 18.

Quando tem? Tem.

Em português claro pra você, caro leitor: quando eu tenho saco eu escrevo, quando eu não tenho, eu não escrevo. Não é porque eu estou de mal com a vida, não é isso. Trata-se de um mal que assola a sociedade contemporânea, a tal da preguiça. Preguiça pra quem não conhece é aquela vontade de fofar o dia todo em casa, com bastante comida e o som na maior altura. Ou então aquela vontade de assistir um filminho e caso você esqueça o controle no criado do mundo, tem que pedir pra alguém pegar, afinal: até o vento que movimenta teus cabelos é sinônimo de esforço. Eu espero que compreendam que bloggar é um sacerdócio tão importante quanto defecar: A gente só faz quando sente vontade. O importante é botar pra fora.
Estarei aqui com mais freqüência. Assim espero.

domingo, 16 de agosto de 2009

About twitter...

Vamos divagar sobre o twitter. Hoje a Gabs (no passado você poderia chamá-la de Fernandão.) veio falar que leu sobre o meu sábado e que riu da minha cara. Veio-me uma pergunta na cabeça: Eu tenho cara de palhaça? O ser humano só se contenta em ver a desgraça alheia, mas voltando... Ela disse que riu principalmente da parte em que eu disse estar fazendo prova na sala três. Eu traduzo os seus pensamentos: Isso é triste. Bom, em uma conversa produtiva de vai e vens e – demasiadas – bobagens, eu falei:
- Flw me on twitter.
- Twitter de cu, é rola.
- Eu curto.
- É a maior viadice isso.
- Eu não acho viadice, é legal.
- Você acha que eu vou ficar falando sobre o que eu estou fazendo agora? Tudo que eu faço é super secreto. Sou do FBI.
- Pensando sobre esse aspecto, é uma invasão de privacidade. Você larga no twitter: Fui ali descarregar o barro, volto logo. Isso porque só são 140 letrinhas, com mais caracteres disponíveis você ainda acrescentaria: Cinco minutos porque a cabeça da criança sempre demora de sair.
- É, man... Ou se não: Caguei em 25 segundos, vou entrar pro guiness.
Eu gosto do twitter, lá tem gente hype, tem gente estranha... Tem Maradona. (Falei dele pra ele se orgulhar.) E no mundo atual todo mundo sabe o que você faz... Desde que inventaram o Orkut a privacidade foi extinta. Voltarei em flashes ao longo da noite. Ou não. É só uma possibilidade.

Follow me on twitter. E não venha dizer que twitter de cu é rola. Isso saturou

sábado, 15 de agosto de 2009

Um sábado aí...

Hoje, dia de sábado, acredite se quiser: eu tive prova. Prova de física e prova de inglês. Não é algo preocupante. Eu cheguei no colégio e fui recebida pela alegre ursa polar (explico depois, quando tiver paciência.): Bruna Couto. Eu esperava ouvir algo como “bom dia, amiga. Estudou pra física? Eu sei que você precisa de nota, neném.”, mas como eu disse no post anterior: O mundo é cão. Bruna também. E a gatinha me recebe assim:
- Amiga, me ensina física?
Cadê o bom dia? Cadê os bons costumes? Eu aprendi isso no jardim de infância, são as palavrinhas mágicas. Bom dia, boa tarde, boa noite, obrigada e, por favor. P-O-R F-A-V-O-R, me ensine física. Eu grossa e anti-social que sou, respondi:
- Pera, vou no banheiro. (Porque ninguém fala “ao banheiro”, vamos ser realistas.)
Volto eu do banheiro e me sento pra ensinar física para minha anã, que eu amo muito por sinal. Ficamos nessa e eu consegui passar o assunto todo pra ela e pra mais umas amigas que estavam presentes. Bate o sino pequenino e logo vamos todas para a prova. Eu fiquei na sala três. (Só para explicar que esse bagulho de salas é em grande parte por ordem de notas, quanto mais alta sua nota. Mais alto é o número da sua sala. Não preciso falar que minha nota na unidade passada foi um horror. Vamos riscar isso.) Eu entrei, o bagulho firme, eu rezei antes da prova. Como diz um amigo meu: Segura na mão de Deus, e vai! Eu fui, me joguei... E acredite caro leitor: eu consegui me dar bem com números, foi uma festa interna. Nem eu mesma acreditei quando me vi desenvolvendo com destreza as questões que seriam um bicho de sete cabeças a duas semanas atrás. Saindo da prova de física eu me lembrei que tinha prova de inglês. Viro-me e falo para minha amada ursa polar:
- Amiga, qual o assunto de inglês?
- Ah, é um aí. Prova de Íris é fácil.
É, prova de Íris chega a ser engraçada:
The Sky is....
a)Green
b)Pink
c)Blue
d)Sei lá, caralho.
Confesso o exagero, mas é que na prova tinha uma questão que a essência era quase essa. O resultado disso: Alunos terminado em massa a prova em menos de 30 minutos. Sendo que em física eu estava na sala quando a fiscal terrorista balbuciou cheia da maldade: “Faltam dez minutos para acabar o tempo.” Aí você começa a marcar o gabarito com o cu na mão. Acontece.
Saindo da prova de inglês vou eu bem feliz comprar umas “niquinhas” – como diria vovó – de ice Kiss. Repare que o engraçado de colégio é que sempre aparece um pra roubar seu doce. Triste. Dessa vez apareceu meu atencioso amigo Rafael, que roubou uma balinha na mão grande. Mas a vingança, meu caro amigo... Ah, ela vem de jegue! Ele teve que trocar o dinheiro pra pegar o amado busu dos manos. Comprou um real de ice Kiss... E quem estava lá? Ham? Ham? Vou deixar que sua mente sagaz decifre os acontecimentos. É eu roubei uma balinha, coisa inocente. Mas sendo uma ice Kiss de morango que custa 10 centavos, vale à pena. Pobre é um perigo.
E assim se resume o meu sábado. Eu prefiro não comentar sobre o chá de cadeira que minha mãe me deu, e prefiro não comentar sobre meu diálogo com minha amada colega Melina, vulgarmente conhecida como Matinho. (Deixo o trabalho sujo pra você.) That’s it.

Mundo cão.

O mundo é cão, meu amigo. Por diversos motivos eu digo e repito: o mundo é cão. Você ainda não entendeu? É simples, o mundo é cão. Cão feroz, voraz com fome de tudo o que você tiver posse. Eu tenho exemplos dentro de casa de que o mundo é cão. Veja meu pai, um ser íntegro, paga seus impostos é o que se chama de bom cidadão. Bom, esse pacato senhor enfrenta cada gafanhoto por dia. E eu acho injusto que um cara que trabalhe tanto tenha que enfrentar tantos problemas juntos. Não digo nem do aspecto psicológico. Ele enfrenta calote, roubo, arrombamento... E continua firme em suas obrigações. E quando ele se levanta depois de alimentar o mundo cão... O que o mundo faz? Morde o coitado. O mundo é cão, mas eu gosto de cachorros. Sou vacinada contra raiva, vacinada contra tudo isso. Mas a verdade é uma só: ninguém sai ileso.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Fora Sarney!

Crianças felizes, tio Paulinho e Cia. Amanhã (dia 15/08) ocorrerá o movimento “Fora Sarney!” (Quem é Sarney? Ah, me poupa, né? É aquele cara que fode com o dinheiro dos impostos que os teus pais pagam – que fique bem claro que esse blog é lido por menores de idade, tio, avó, vizinho... - É aquele cara que arruma emprego pra todo mundo, ele pode arrumar um trampo pra você também, fica esperto. Em resumo: é o presidente do nosso senado.)

Esquecendo o humor, o bagulho é sério. Se você quer ficar famoso aparecer no BATV com a carinha pintada e fazer história que nem a galera do movimento dos cara-pintada que botou Collor pra correr, aparece lá na frente do colégio Portinari. Eu não sei como é o esquema, mas a galera da rede pública e particular de ensino vai se reunir lá.

Joga essa dor pungente pra fora, amigo. Brigou com a namorada? Joga a culpa no Sarney e seja feliz. Eu? Não sei se vou, se não vou... Mas como ursa que sou, prefiro hibernar em casa depois da maçante prova de física. Esse negócio de entrar pra história às 14:00 com sol na cabeça definitivamente não é comigo. Quer saber mais sobre esse vuco-vuco todo? Acesse: www.forasarney.com See u later!

Ou você lê, ou você não lê.

Ele me perguntou:
- Porque tanto “ou não”?
- Porque eu gosto de escolhas, jovem.
- Explique-se.
- Bom, eu gosto de escolhas porque tudo que é imposto é uma merda... O “ou não” é só uma condição de escolha. Ou você é, ou você não é. É como um retrocesso a Hamlet, a parada é profunda, sacaninha. Repare como tudo que é colocado como imposição lima no final, a começar pelos estudantes... Você é um bom aluno?
- Er...
- Isso só explica minha teoria. Você não estuda porque você é obrigado a estudar. Agora imagine comigo... Se sua mãe e seu pai falassem: você tem duas opções, coçar o saco o dia todo, ou estudar e ser alguém na vida. Com a possibilidade de escolha eu aposto com você, que você iria estudar e ser alguém na vida. Não porque estudar é bonitinho e você quer ser alguém inteligente e com assunto. Não por isso. É só porque fazer nada cansa.
- Faz sentido.
- É por essas e outras que quando eu tiver um filho eu vou dizer a ele: Estudar ou coçar o saco?
- Ele vai dizer coçar o saco...
- Talvez por um ano ou dois, eu sou pior que pica-pau. Vou fazer da vida dele um inferno... E no final de tudo, se nada der certo: ele vira publicitário. (Vou apanhar de Jorge depois dessa.)
- Algo contra os publicitários?
- Não, só acho que eles conseguem ser inteligentes com pouco esforço. É algo nato. Talvez seja algo que eu deseje para um filho meu. Ou não. Tudo é uma questão de escolha, e a depender da escolha você quebra a cara ou se dá bem. O momento diz isso... E eu vou continuar falando “ou não”. Tudo que é convencionado me dá nojo. Ou não.
- Paguei pau agora. Ou não.
- Ta pegando o jeito.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Ócio matinal.

De manhã e ouvindo o CD Traffic and Weather dos Fountains Of Wayne, – que eu até recomendo, caso você seja uma pessoa feliz que nem essa que vos fala.- acho que não dá pra fazer grandes reflexões matinais... São 11h31min do dia e eu continuo agindo como se fossem 06h00min da manhã. Vou fazendo lentamente as coisas, confesso que Fountains me ajuda a pegar no tranco. Talvez escrever agora, ou fazer o trabalho do meu professor que de alma mais parece o Severo Snape, – palavras do meu próprio professor – na minha Hogwarts particular. Na verdade hoje é uma boa terça-feira pra vegetar se você for um estudante, independente se você tem bosta no c* pra cagar, ou não. É a vida... Acho que vou ligar pra meu pai e dizer o quanto é bom não fazer nada e acordar 11 da manhã escrevendo um monte de bobagens sem nenhum objetivo lógico. Defino-me nesse exato momento como: vida boa. Mas como é notório toda condição que define status é passageira. Eu espero mais dessa terça-feira. Eu espero mais da minha vida... E ela tem me dado mais a cada dia.

Caso você tenha se interessado pela minha trilha sonora nesta manhã, está aqui o CD para download: http://www.4shared.com/get/75737780/3e34a97/Fountains_Of_Wayne-Traffic_And_Weather.html

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Chamado interno.

O traçado reto percorrendo as paredes do meu quarto. Cada detalhe mínimo, desde os mosquitos voando ao redor da lâmpada em uma dança psicodélica até o barulho que o vento faz rangendo por entre a fresta da janela. Todos os elementos perceptíveis, todos audíveis e visíveis até para a mais desatenta alma. Eu nem preciso traçar o meu perfil psicológico para qualquer pessoa saber que uma alma desatenta é sinônimo da minha. Acho que os arranhões, hematomas e as viagens elípticas que eu realizo ao ouvir uma só palavra descrevem muito bem esse estado de “ser”. Em meio ao vácuo iluminado; meu quarto... Algo falava mais alto do que a voz da minha mãe ao telefone no cômodo ao lado ou até mesmo a sinfonia aguda e desajeitada do vento. Algo me chamava, alguém me chamava. Quem poderia ser? É preciso ter coragem para analisar o que há dentro de si, é como um lado obscuro que se reserva a você, somente a você. E num deserto oco você é capaz de ouvir o grito abafado que emana de si próprio. É como um alerta para o que é verdadeiro e o que é ensaiado por suas células, tecidos e órgãos... É como a disparidade entre o que você sente e como você age. Pensar, sentir e agir. A voz que gritava era a minha própria voz. Era a quebra do silêncio que só eu escutava. A quebra do silêncio que só, eu escutava. Era algo muito além do plano imaginário traçado por você que está lendo isso. Era um apelo próprio para a ausência do amanhã e a presença do agora. Por isso todas às vezes em que o pequeno espaço entre o abismo e a terra firme me chamam, eu paro por um segundo para esquecer os estímulos externos. Eu paro por um segundo para ouvir o que emana de mim e se faz verdadeiro. É essa voz firme e equilibrada que exalta em uma palavra a essência de toda escolha: Viva.

Duas almas.

Dois caminhos, como duas luzes. Dois rabos de cometa convictos de uma atração que ultrapassa o limite sideral, dançando pelo universo. Curvando-se entre os planetas na certeza da eterna atração. As luzes não se olham, não se tocam. Mas sabem que a existência de uma, só é possível com a outra. As faíscas de calor são a certeza de que não estão sozinhas. O calor abrangente que espanta a penumbra do universo infinito. Duas luzes de vida, duas almas. Que embora não se encontrem, sabem que só há possibilidade de existirem em um mundo onde o outro exista. Sem o calor do sentimento, a vida torna-se algo inconcebível. Haja o que houver não arranque essa luz de mim, não me furte o que há de mais divino: a minha essência que se cruzou com a tua. Não me importo com a cidade nua, a verdade crua. Não ligo para os dias e a alegria primaveril. Não ligo, não desfruto não uso. Pra quê ligar? O furto desse sentimento faz com que as linhas se tornem curvas. Por isso não me tomes quando imploro pela tua existência. A dança da vida só é possível enquanto suas narinas inspirarem oxigênio e os teus olhos se abrirem. A sua existência é condição única e essencial para a manutenção do meu "eu".