quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Eu juro.

Eu juro que vou enfiar uma faca no esôfago do malandro que inventou esse negócio de trabalho interdisciplinar, esse negócio só dá discórdia, dor de cabeça e em resumo me deixa sem tempo. Ando sem tempo de cuidar disso aqui, ando sem tempo pra computador (acredite) e ando sem tempo até pra almoçar. Agora recapitule com a madame aqui, sou gorda, sedentária, levemente viciada em computador e amo escrever.... As coisas que eu mais gosto estão sendo privadas de mim, e pra terminar: semana que vem o elefante branco da prova de física se aproxima... Sente o cheirinho de gente apressada se borrando? Então.

Eu juro que quando essa história de projeto e prova de física acabar eu darei as caras por aqui, ta bom?

Eu juro também que postarei meus textinhos piegas e lotados de emoção em homenagem às meninas que me pedem.... Principalmente Pata Couto.

Eu juro que vou almoçar direitinho, ser uma boa menina... E juro que lerei “5 minutos” com um apetite voraz, e comentarei aqui sobre isso em breve.

Juro que organizarei minha vida, meus horários e toda essa bagunça.
E pra finalizar juro que continuarei mandando as pessoas se foderem com classe e destreza, e olha que essa semana eu tenho motivo pra falar mal de uma par de sacaninhas.

Beijos, abraços... E cuidem-se. Ellamay dará as caras por aqui, é um juramento. Esse post na verdade é de todo um compromisso com você, leitor que acompanha esse depósito de dejetos mentais.

sábado, 17 de outubro de 2009

Carta a um caro filho da puta.

Não tem objetivo, antes que as pessoas comecem a tomar pra si o que eu posto aqui. Meus posts não tem um destino certo, ao menos que eu informe. Então deixe de egocentrismo, manézinho. O mundo não gira em torno de você e eu não estou falando de você, olhe pro seu umbigo pra limpar a sujeira e apenas isso. Combinadinho? Então... Todo mundo teve um filho da puta na vida. É clichê, é jóinha, mas todo mundo já chamou alguém no auge do emputecimento de “filho da puta”. Não é um xingamento a mãe do camarada, eu sou a única que entende esse bagulho como algo direcionado a pessoa e não a mãe dela? Mas, focando. Olhe aqui pra mim, pode olhar... Eu sei que alguém já fodeu com a sua vida, brodão. Eu sei que alguém já furou seu olho, já te magoou. Eu sei que alguém já explorou você, já entrou no bar pra aproveitar-se da bebida free entre amigos. Eu sei camarada, que alguém já roubou sua vaga de emprego, que alguém já bateu no seu carro parado em uma sinaleira. Eu sei, eu sei. E você, o que fez? Não desceu a broca? Ah, malandragem... Xingar mentalmente nem rola. Então eu como sou solicita vou colocar pra fora o que você queria dizer... É a sua oportunidade de re-enviar uma cartinha àquela pessoa que já fodeu com sua vida. (Você leitor culto e interessado pelas vicissitudes da vida compreenderá a sucessão de palavras de baixo calão, estraçalhando o ser que enfiou o dedo na sua farofa.)

Vamos ao que interessa, vamos à baixaria que eu sei que é o que você está esperando, danadinho. A história começa mais ou menos assim:


Olá, caro filho da puta. Eu sou o (a) ____________ (Insira seu nominho aqui.) e estou aqui para lhe falar de como as flores tem um aroma maravilhoso, aliás... O perfume da nega que você me roubou é uma delícia também. É claro que compreendo a necessidade que tens de experimentar o suave aroma da vida... Mas isso não irá acontecer, porque eu pretendo pegar dois pega varetas – daqueles que criancinhas brincam - e introduzir pelas suas cavidades nasais depois de lhe socar até arrebentar isso que chama de nariz
Caro filho da puta, acredito que você é um ser que adora gozar da vida, e ver o que ela tem de melhor, não é, sabidinho? Pois então não verá mais jeba nenhuma, aliás... Só verá a minha jeba até a fatídica hora onde pegarei um saca-rolhas e enfiarei no seu glóbulo ocular. Eu pretendo romper a sua ligação nariz-olho-garganta e fazer você tomar uma aguardente pelo olho, pode ser urina também. A escolha é sua, olha como eu sou bacana com você. Depois disso eu pretendo lhe dar quiboa só pra você defecar rasgando o cu por uns dias, pra você saber o que é dor de verdade... Daí vamos aos castigos leves, ham? Que tal um moonwalk em um tapete de pregos? Melhor! Muito melhor... Que tal um moonwalk em pregos molhados com esterco de jegue? Ah, não reclame, bobinho. Você não estará sentindo o cheiro de nada numa hora dessas. Por falar em cheiro... Que sensação boa é soltar flatos, hein amigão? Já acabei com os seus orifícios faciais, agora o buraco é mais embaixo. Vá descendo na boquinha da garrafa, quebre pai... Estamos na Bahia. Quebre um pouquinho... Cuidado com a garrafa! Ih, caro filho da puta você está todo arregaçado. Desejo que você adquira um câncer no olho do cu por quebrar a bendita garrafa do “É o Tchan”! Quero que você vá pra qualquer buraco que seja, que uma linha com cerol corte essa sua bunda imunda e que você sente num formigueiro de saúvas. Quero de coração que depois de toda essa pataquada você adentre uma banheira de água, sal e vinagre. E pra completar quero que passe pelo o que eu passei. Agradeça por eu não te deixar cotó e então você faria parte do percentual que dança lambada tentando coçar o cu. Caro filho da puta, eu quero mais que você tome bem no meio do seu orifício anal já elastecido pelas brincadeirinhas cruéis que lhe proponho. Pense duas vezes antes de foder com a vida de alguém novamente... Depois de tomar no mesmo lugar duas vezes, você vira freguês.



Sentiu-se aliviado pela minha vingança? Sou uma espécie de justiceira e não diferencio classes, tendo algum problema é só entrar em contato - isso se você quiser, pois deve estar assombrado com a agressividade pantagruélica do meu ser - que farei justiça por você. Fique claro que isso é uma grande brincadeira, mas deixo exposto o meu desejo aos grandes filhos da puta que residem nesta cidadela ou em algum lugar distante em Uganda: tomem no cu.

Ellamay prestando serviços aos fracos e oprimidos since ever.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cavaleiro andante.

Vagando na noite sem rumo, parou na esquina mais suja.
O gim já não tinha o mesmo gosto. Nada era igual.
Compartilhou devaneios com quem queria seu bem e o seu mal.
Não sabia distinguir inimigos, muito menos discernir o que era.
Cavaleiro andante montado em uma garrafa de gim.

Saiu do bar trocando os passos, montando os laços.
Sua armadura de pedra continha as lágrimas secas.
Lágrimas de um amor que não viveu.
E todo cavaleiro tem sua dama a defender...
Nem damas, nem xadrez. Ele não tinha mais nada.

A prosa cansou-se, o verso calou-se. E a poesia muda se fez.
Num triste apagar de luzes olhou para dentro de si...
Encontrou a dor pungente, a dor pelo nada... Que era e estava.
Triste cavaleiro andante sem rumo numa esquina sombria.
Quem pagará sua bebida no próximo bar?

O dinheiro acabou, a dor se findou com o fim da vida.
É, meu Caro Cavaleiro... Porque ficou preso na angústia ao invés de seguir a vida?



Ps - Não tenho costume de expor esse tipo de texto, apesar de possuir um arsenal ideológico guardadinho em meu caderno... Capaz de gerar tensões mundiais e tudo mais. Gosto mais de uma pegada de enfiar o dedo na ferida e rir da desgraça alheia, mas dedico essa poesia de merda ao Pequeno Poeta, que tanto me apoia e me ajuda... Sinta-se abraçado por pobres palavras de uma Pequena Plebéia.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

É dia de azar, brodão.

Como meu irmão comentou no blog dele ontem, o dia foi foda. Ontem o dia foi foda. Nada de alegria, grude carinho e sorte. A onda de azar foi generalizada, e eu não sou supersticiosa... Mas em dias como esse eu poderia sair com um pé de coelho, trevo da sorte... Ou até mesmo com um colar de alho espanta-vampiro. Acontece que ontem foi um desses dias onde nada dá certo, e nem comida, coca-cola e bono te animam. Foi simulado do ENEM, eu estava bem segura. Meu nome do meio é segurança, porra. (Zé pequeno feelings.) Mas segurança pra mim é borrar as calças, então não se assuste com os fatos esdrúxulos que irão se suceder nesse post de mau gosto. Cheguei ao colégio mais cedo do que eu previa... A prova era às 7h30min e eu já estava batendo ponto no colégio umas 6h40min, porque meu pai me levou pro colégio... Com ele não tem lenga-lenga, nhénhénhé e mimimis. Acordar, arrumar, zarpar. Uma cólica filha de Santo Estebão (santo de minha criação) me acompanhava no caminho seguida de uma gripe fodida e catarrenta. Era o meu dia. Chegar ao colégio cedo é sinônimo de tempo pra dormir... Mas dormir em dia de prova complica. Eu fico goiabona. Baixa o Hebert Vianna em mim, sabe como é... Resultado: menininha coloca a mochila em cima da mesa do pátio, menininha arruma uma melhor posição pra cabeça, menininha apaga .Menininha apagou e se só acordou quando a galera barulhenta começou a chegar no colégio. Respeita a menininha dormindo. Ninguém respeita, malditinhos! Daí tive que acordar. A mesa agora estava lotada de amigos, não era mais eu e Andreza... A galera vindo perguntar conteúdo e eu com a carinha amassada na pegada do that’s ok não conseguia responder nada. Quando baixa o Zé de Olaia, é difícil de sair. (Explico a pegada do Zé de Olaia depois, isso é coisa de dona Mom.) Então, a vida é bela, a voz da mulher que anuncia que os portões estão abertos no microfone do colégio, também. Peguei meu mascote tão explorado e fui pra sala de provas. O portão estava fechado ainda. Um calor, uma união do grude, uma coisa pavorosa. Mascote estava botando as tripas e todo o resto pra fora... Fomos pegar um ar fora daquele ambiente quente e sujeito a infecções virais. Pra que demônio a gente foi sair dali? Vi a cantina e fazendo valer a condição de gordinha fui correndo comprar alguma coisa pra comer, satisfazer meu apetite voraz durante a prova. Comprei um laka, um ruffles de churrasco e uma água. Dei-me por satisfeita... Mas quando eu vi um pessoal comprando refrigerante pra levar pra prova. Aí não deu camarada. Libertei meu lado invejoso e trombadinha: eu quero refrigerante também! Troquei minha água por um refrigerante e paguei a diferença. Daí fui pro inferno do corredor onde ficam as salas... O corredor estava mais congestionado do que o meu nariz, informação não requisitada. I know. Tudo parecia festa com meu refrigerante camarada na mão, mas nem tudo era festa. Eu fui parar na sala seis. A sala dos supostamente inteligentes e gente inteligente não leva refrigerante pra sala de prova. Ninguém me avisou isso, como eu sou mongol. Eu era a única pessoa na sala com uma trouxa de coisas pra comer e um refrigerante na mão. Constrangedor, caro leitor. Constrangedor. Comentei com Ananda:
- Essa porra vai fazer barulho... Eu sou a única com refrigerante. Todo mundo vai olhar pra mim.
Entre espirros, e fungadas profundas eu levantei minha cabeça e notei que uma das fiscais de prova era minha professora Graziela (não a Massafera, imbecil) de biologia. Loira, linda, um raio de sol... Balbuciou pra mim, mas a sua voz não acompanhou seus lábios:
- Linda! Linda!
Era a piada, né? Eu descabelada, gripada, com uma cara azeda... Linda? No way. Mas eu te perdoo, Grazi. Você consegue ser linda até com dor e cara feia. Passou-se o tempo e eu resolvendo minha prova com calma, justamente a prova de biologia. O tempo continuava insistente e eu não percebi ninguém comendo. Mas eu sou uma pessoa de atitude e iniciativa. Abri minha latinha de refrigerante e todos olharam obviamente. Grazi pronunciou-se novamente, mas dessa vez a voz acompanhou os lábios vermelhos.
- É uma cerveja!
Todos riram e olharam pra mim novamente, claro. Já estava suja e encardida, então abri meu pacote de ruffles na marra. Mas mastigar foi uma tarefa difícil, eu superei. Só que agora eu tinha um problema: como limpar a mão suja? Como? Pra minha sorte (a única sorte do dia) deu o horário de ir ao banheiro na exata hora em que eu acabei de comer. Lavei minha mão e catei uns papéis-toalha para meus espirros de esquilo esquizofrênico. Continuei espirrando e fungando. Eu e mais uns dez. Era foda de se concentrar, entrei na sala dos contaminados. Foi isso até o fim, espirros, secreções... E eu empacada na prova. Saí da sala arrasada de cólica e gripe. Desmarcaram a reunião do grupo de roteiro do meu trabalho e eu fiquei lá no colégio mofando um pouco. Encontrei a gêmea loira e grudei nela até a hora de ir embora... Até trote pra casa dela eu passei. Coisa linda. Pra terminar com chave de ouro eu desbandeiro pra casa. Depois do rotineiro ataque canino do meu cachorro, abri o guarda-roupa e... POW! Pu-ta que pariu! O frasco de perfume de toneladas caiu em cima dos meus dedinhos. O engraçado é que eu estava morrendo de dor e minha avó me perguntando sobre a bancada do computador:
- Ta bom, Nu? Eu consertei a bancada.
- Ta ótimo, v.... Caralho que dor.
- Quê?
- Dor.
- É o quê?
- É d-o-r, porra.
Minha primeira reação é correr pela casa gritando, eu corri pela casa. Mas não estava gritando. Só xingando. Inferno de dia. Nada de bom na TV, House me fez chorar, e a noite foi deprê. O dia foi um pouco melhor hoje, mas continuou sarnento. Faz parte do ciclo. Dias bons e ruins... E algumas histórias pra contar.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Metamorfoseando.

O ronronar rouco do telefone às 12:12 do dia 12 de 2012 rompe o silêncio na sala de estar. O sofá já não está no mesmo lugar em que estava há três anos atrás, a sala antes cheia de sons agora é preenchida pelo silêncio das coisas deixadas para trás, das coisas conquistadas. É preenchida acima de tudo pelo silêncio da reflexão que ela fazia no mesmo sofá já tão velho e gasto pelo tempo... O tempo que lhe trouxe algumas marcas de expressão, o tempo que lhe fez adquirir mágoas e abandonar outras. O telefone continuava insistente ferindo seus ouvidos com seu som baixo e grave, ferindo a sua memória tão afetada pelo ambiente familiar desmontado. O cachorro já não latia, a TV da qual tanto reclamava era nova agora, mas não passava o mesmo jogo de futebol que se passara há três anos quando alguém ocupava a ponta do sofá gasto com comentários tão inúteis que hoje fazem tanto sentido. E os conselhos? Os conselhos daquele ser altivo por entre as cadeiras da sala de estar se apoiando em palavras falhadas e desconexas, se apoiando nas cadeiras, nas palavras, nos conselhos. Se apoiando em previsões. Palavras não eram concretas há três anos, mas hoje? Ah, hoje. Hoje tudo faz sentido. A brincadeira de fazer e não fazer. O esconde-esconde entre o certo e o incerto. Se hoje aquela figura impávida estivesse no mesmo lugar, dando os mesmos conselhos, tudo seria diferente. O telefone ainda tocava compondo o cenário presente enquanto o passado fazia-se vigente. Como um sopro, levantou-se e correu atrás do presente. Atendeu ao telefone. A voz rouca já gasta pela idade fez-lhe lembrar, que mesmo não estando ali a voz a acompanharia por toda a vida. Seja em memórias, seja ao longe. A voz nunca se calará, nuca se silenciará enquanto suas artérias pulsarem com a vibração de um coração sereno que não descobriu a perda. Descobriu a metamorfose do momento. Fechou-se em um casulo e esperou por mais três anos, por mais três vidas. Não tinha forças para lidar com o passado.