segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Teatro Mágico.

É muito clichê dizer que meus olhos se encheram de lágrimas, que meus pés flutuaram que minha pele se arrepiou. É muito piegas dizer que eu fui envolvida por uma aura de magia onde a poesia era toda hora, todo dia. E o dia era aquele momento. É muito convencionado dizer que certas emoções não se repetem, mas é verdade. Elas não se repetem. Nenhum show será igual aquele, as músicas JAMAIS serão tocadas daquela forma. Os acordes continuarão os mesmo. Eu sei disso. Mas pra mim não haverá no mundo um momento como aquele. Talvez venham shows melhores, talvez venham piores. Mas nenhum igual aquele. Dia 23/08 no Circo Picolino, O teatro mágico, o picadeiro, as pessoas. Momentos feitos sob a medida certa, a poesia feita em exagero, pra sobrar em nossos corações. Saltar pelos olhos. Soar por nossas cordas vocais em um coro único. Não quero fazer piadinhas em cima desse show. Embora eu pudesse enumerar as piadas prontas que eu tenho pro meu amiguinho Vinícius. Mas eu estou de bom humor e vou aliviar, afinal: a poesia prevalece.

Alegria de pobre dura pouco. E tenho dito.

Semana passada a minha querida mãe conselheira e afins comprou uma dessas raspadinhas que vendem na banca de revista, sabe? (Eu sinceramente nem me atrevo a raspar aquilo por um motivo óbvio: eu não tenho sorte. Eu sou a ovelha que se desgarrou do rebanho da sorte. Se houver um buraco na rua, serei eu a primeira a cair nele. Se houver uma pedra no caminho eu sou a primeira a tropeçar. Se eu quiser ir a praia, provavelmente irá chover. Mas chega de falar do meu azar pessoal. Isso é assunto para outros posts. Ou não.) O resumo da história da raspadinha é que você tem três colunas, se você raspar e achar três coroas seguidas você ganha o prêmio indicado na seta da linha ou coluna em que você encontrou. Minha mãe, míope dos olhos verdes só enxergou bem grande aquilo que estava em letras vivas: 60 mil! Ela acertou três coroas seguidas. E então ela me liga toda animada, emocionada, cheia do grude pra falar da grana faturada. O tempo passa... E nos encontramos pela tarde. Eu como boa filha que sou, larguei o verde:
- E aí, mãe? 60 mil, hein? (Insira aqui um tom disfarçando o interesse na grana)
- É... Na verdade foram só dois reais. Era o prêmio indicado na seta.
- É, dá pra comprar um dogão, vamo ali?
Como toda fábula infantil e escrota tem uma moral convencionando criancinhas ao modelo ético imposto, essa historinha também tem uma moral.
Moral da história: Não cante vitória antes da hora, caso você seja pobre e tenha 18 graus de miopia. É eu realmente disse 18.

Quando tem? Tem.

Em português claro pra você, caro leitor: quando eu tenho saco eu escrevo, quando eu não tenho, eu não escrevo. Não é porque eu estou de mal com a vida, não é isso. Trata-se de um mal que assola a sociedade contemporânea, a tal da preguiça. Preguiça pra quem não conhece é aquela vontade de fofar o dia todo em casa, com bastante comida e o som na maior altura. Ou então aquela vontade de assistir um filminho e caso você esqueça o controle no criado do mundo, tem que pedir pra alguém pegar, afinal: até o vento que movimenta teus cabelos é sinônimo de esforço. Eu espero que compreendam que bloggar é um sacerdócio tão importante quanto defecar: A gente só faz quando sente vontade. O importante é botar pra fora.
Estarei aqui com mais freqüência. Assim espero.

domingo, 16 de agosto de 2009

About twitter...

Vamos divagar sobre o twitter. Hoje a Gabs (no passado você poderia chamá-la de Fernandão.) veio falar que leu sobre o meu sábado e que riu da minha cara. Veio-me uma pergunta na cabeça: Eu tenho cara de palhaça? O ser humano só se contenta em ver a desgraça alheia, mas voltando... Ela disse que riu principalmente da parte em que eu disse estar fazendo prova na sala três. Eu traduzo os seus pensamentos: Isso é triste. Bom, em uma conversa produtiva de vai e vens e – demasiadas – bobagens, eu falei:
- Flw me on twitter.
- Twitter de cu, é rola.
- Eu curto.
- É a maior viadice isso.
- Eu não acho viadice, é legal.
- Você acha que eu vou ficar falando sobre o que eu estou fazendo agora? Tudo que eu faço é super secreto. Sou do FBI.
- Pensando sobre esse aspecto, é uma invasão de privacidade. Você larga no twitter: Fui ali descarregar o barro, volto logo. Isso porque só são 140 letrinhas, com mais caracteres disponíveis você ainda acrescentaria: Cinco minutos porque a cabeça da criança sempre demora de sair.
- É, man... Ou se não: Caguei em 25 segundos, vou entrar pro guiness.
Eu gosto do twitter, lá tem gente hype, tem gente estranha... Tem Maradona. (Falei dele pra ele se orgulhar.) E no mundo atual todo mundo sabe o que você faz... Desde que inventaram o Orkut a privacidade foi extinta. Voltarei em flashes ao longo da noite. Ou não. É só uma possibilidade.

Follow me on twitter. E não venha dizer que twitter de cu é rola. Isso saturou

sábado, 15 de agosto de 2009

Um sábado aí...

Hoje, dia de sábado, acredite se quiser: eu tive prova. Prova de física e prova de inglês. Não é algo preocupante. Eu cheguei no colégio e fui recebida pela alegre ursa polar (explico depois, quando tiver paciência.): Bruna Couto. Eu esperava ouvir algo como “bom dia, amiga. Estudou pra física? Eu sei que você precisa de nota, neném.”, mas como eu disse no post anterior: O mundo é cão. Bruna também. E a gatinha me recebe assim:
- Amiga, me ensina física?
Cadê o bom dia? Cadê os bons costumes? Eu aprendi isso no jardim de infância, são as palavrinhas mágicas. Bom dia, boa tarde, boa noite, obrigada e, por favor. P-O-R F-A-V-O-R, me ensine física. Eu grossa e anti-social que sou, respondi:
- Pera, vou no banheiro. (Porque ninguém fala “ao banheiro”, vamos ser realistas.)
Volto eu do banheiro e me sento pra ensinar física para minha anã, que eu amo muito por sinal. Ficamos nessa e eu consegui passar o assunto todo pra ela e pra mais umas amigas que estavam presentes. Bate o sino pequenino e logo vamos todas para a prova. Eu fiquei na sala três. (Só para explicar que esse bagulho de salas é em grande parte por ordem de notas, quanto mais alta sua nota. Mais alto é o número da sua sala. Não preciso falar que minha nota na unidade passada foi um horror. Vamos riscar isso.) Eu entrei, o bagulho firme, eu rezei antes da prova. Como diz um amigo meu: Segura na mão de Deus, e vai! Eu fui, me joguei... E acredite caro leitor: eu consegui me dar bem com números, foi uma festa interna. Nem eu mesma acreditei quando me vi desenvolvendo com destreza as questões que seriam um bicho de sete cabeças a duas semanas atrás. Saindo da prova de física eu me lembrei que tinha prova de inglês. Viro-me e falo para minha amada ursa polar:
- Amiga, qual o assunto de inglês?
- Ah, é um aí. Prova de Íris é fácil.
É, prova de Íris chega a ser engraçada:
The Sky is....
a)Green
b)Pink
c)Blue
d)Sei lá, caralho.
Confesso o exagero, mas é que na prova tinha uma questão que a essência era quase essa. O resultado disso: Alunos terminado em massa a prova em menos de 30 minutos. Sendo que em física eu estava na sala quando a fiscal terrorista balbuciou cheia da maldade: “Faltam dez minutos para acabar o tempo.” Aí você começa a marcar o gabarito com o cu na mão. Acontece.
Saindo da prova de inglês vou eu bem feliz comprar umas “niquinhas” – como diria vovó – de ice Kiss. Repare que o engraçado de colégio é que sempre aparece um pra roubar seu doce. Triste. Dessa vez apareceu meu atencioso amigo Rafael, que roubou uma balinha na mão grande. Mas a vingança, meu caro amigo... Ah, ela vem de jegue! Ele teve que trocar o dinheiro pra pegar o amado busu dos manos. Comprou um real de ice Kiss... E quem estava lá? Ham? Ham? Vou deixar que sua mente sagaz decifre os acontecimentos. É eu roubei uma balinha, coisa inocente. Mas sendo uma ice Kiss de morango que custa 10 centavos, vale à pena. Pobre é um perigo.
E assim se resume o meu sábado. Eu prefiro não comentar sobre o chá de cadeira que minha mãe me deu, e prefiro não comentar sobre meu diálogo com minha amada colega Melina, vulgarmente conhecida como Matinho. (Deixo o trabalho sujo pra você.) That’s it.

Mundo cão.

O mundo é cão, meu amigo. Por diversos motivos eu digo e repito: o mundo é cão. Você ainda não entendeu? É simples, o mundo é cão. Cão feroz, voraz com fome de tudo o que você tiver posse. Eu tenho exemplos dentro de casa de que o mundo é cão. Veja meu pai, um ser íntegro, paga seus impostos é o que se chama de bom cidadão. Bom, esse pacato senhor enfrenta cada gafanhoto por dia. E eu acho injusto que um cara que trabalhe tanto tenha que enfrentar tantos problemas juntos. Não digo nem do aspecto psicológico. Ele enfrenta calote, roubo, arrombamento... E continua firme em suas obrigações. E quando ele se levanta depois de alimentar o mundo cão... O que o mundo faz? Morde o coitado. O mundo é cão, mas eu gosto de cachorros. Sou vacinada contra raiva, vacinada contra tudo isso. Mas a verdade é uma só: ninguém sai ileso.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Fora Sarney!

Crianças felizes, tio Paulinho e Cia. Amanhã (dia 15/08) ocorrerá o movimento “Fora Sarney!” (Quem é Sarney? Ah, me poupa, né? É aquele cara que fode com o dinheiro dos impostos que os teus pais pagam – que fique bem claro que esse blog é lido por menores de idade, tio, avó, vizinho... - É aquele cara que arruma emprego pra todo mundo, ele pode arrumar um trampo pra você também, fica esperto. Em resumo: é o presidente do nosso senado.)

Esquecendo o humor, o bagulho é sério. Se você quer ficar famoso aparecer no BATV com a carinha pintada e fazer história que nem a galera do movimento dos cara-pintada que botou Collor pra correr, aparece lá na frente do colégio Portinari. Eu não sei como é o esquema, mas a galera da rede pública e particular de ensino vai se reunir lá.

Joga essa dor pungente pra fora, amigo. Brigou com a namorada? Joga a culpa no Sarney e seja feliz. Eu? Não sei se vou, se não vou... Mas como ursa que sou, prefiro hibernar em casa depois da maçante prova de física. Esse negócio de entrar pra história às 14:00 com sol na cabeça definitivamente não é comigo. Quer saber mais sobre esse vuco-vuco todo? Acesse: www.forasarney.com See u later!

Ou você lê, ou você não lê.

Ele me perguntou:
- Porque tanto “ou não”?
- Porque eu gosto de escolhas, jovem.
- Explique-se.
- Bom, eu gosto de escolhas porque tudo que é imposto é uma merda... O “ou não” é só uma condição de escolha. Ou você é, ou você não é. É como um retrocesso a Hamlet, a parada é profunda, sacaninha. Repare como tudo que é colocado como imposição lima no final, a começar pelos estudantes... Você é um bom aluno?
- Er...
- Isso só explica minha teoria. Você não estuda porque você é obrigado a estudar. Agora imagine comigo... Se sua mãe e seu pai falassem: você tem duas opções, coçar o saco o dia todo, ou estudar e ser alguém na vida. Com a possibilidade de escolha eu aposto com você, que você iria estudar e ser alguém na vida. Não porque estudar é bonitinho e você quer ser alguém inteligente e com assunto. Não por isso. É só porque fazer nada cansa.
- Faz sentido.
- É por essas e outras que quando eu tiver um filho eu vou dizer a ele: Estudar ou coçar o saco?
- Ele vai dizer coçar o saco...
- Talvez por um ano ou dois, eu sou pior que pica-pau. Vou fazer da vida dele um inferno... E no final de tudo, se nada der certo: ele vira publicitário. (Vou apanhar de Jorge depois dessa.)
- Algo contra os publicitários?
- Não, só acho que eles conseguem ser inteligentes com pouco esforço. É algo nato. Talvez seja algo que eu deseje para um filho meu. Ou não. Tudo é uma questão de escolha, e a depender da escolha você quebra a cara ou se dá bem. O momento diz isso... E eu vou continuar falando “ou não”. Tudo que é convencionado me dá nojo. Ou não.
- Paguei pau agora. Ou não.
- Ta pegando o jeito.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Ócio matinal.

De manhã e ouvindo o CD Traffic and Weather dos Fountains Of Wayne, – que eu até recomendo, caso você seja uma pessoa feliz que nem essa que vos fala.- acho que não dá pra fazer grandes reflexões matinais... São 11h31min do dia e eu continuo agindo como se fossem 06h00min da manhã. Vou fazendo lentamente as coisas, confesso que Fountains me ajuda a pegar no tranco. Talvez escrever agora, ou fazer o trabalho do meu professor que de alma mais parece o Severo Snape, – palavras do meu próprio professor – na minha Hogwarts particular. Na verdade hoje é uma boa terça-feira pra vegetar se você for um estudante, independente se você tem bosta no c* pra cagar, ou não. É a vida... Acho que vou ligar pra meu pai e dizer o quanto é bom não fazer nada e acordar 11 da manhã escrevendo um monte de bobagens sem nenhum objetivo lógico. Defino-me nesse exato momento como: vida boa. Mas como é notório toda condição que define status é passageira. Eu espero mais dessa terça-feira. Eu espero mais da minha vida... E ela tem me dado mais a cada dia.

Caso você tenha se interessado pela minha trilha sonora nesta manhã, está aqui o CD para download: http://www.4shared.com/get/75737780/3e34a97/Fountains_Of_Wayne-Traffic_And_Weather.html

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Chamado interno.

O traçado reto percorrendo as paredes do meu quarto. Cada detalhe mínimo, desde os mosquitos voando ao redor da lâmpada em uma dança psicodélica até o barulho que o vento faz rangendo por entre a fresta da janela. Todos os elementos perceptíveis, todos audíveis e visíveis até para a mais desatenta alma. Eu nem preciso traçar o meu perfil psicológico para qualquer pessoa saber que uma alma desatenta é sinônimo da minha. Acho que os arranhões, hematomas e as viagens elípticas que eu realizo ao ouvir uma só palavra descrevem muito bem esse estado de “ser”. Em meio ao vácuo iluminado; meu quarto... Algo falava mais alto do que a voz da minha mãe ao telefone no cômodo ao lado ou até mesmo a sinfonia aguda e desajeitada do vento. Algo me chamava, alguém me chamava. Quem poderia ser? É preciso ter coragem para analisar o que há dentro de si, é como um lado obscuro que se reserva a você, somente a você. E num deserto oco você é capaz de ouvir o grito abafado que emana de si próprio. É como um alerta para o que é verdadeiro e o que é ensaiado por suas células, tecidos e órgãos... É como a disparidade entre o que você sente e como você age. Pensar, sentir e agir. A voz que gritava era a minha própria voz. Era a quebra do silêncio que só eu escutava. A quebra do silêncio que só, eu escutava. Era algo muito além do plano imaginário traçado por você que está lendo isso. Era um apelo próprio para a ausência do amanhã e a presença do agora. Por isso todas às vezes em que o pequeno espaço entre o abismo e a terra firme me chamam, eu paro por um segundo para esquecer os estímulos externos. Eu paro por um segundo para ouvir o que emana de mim e se faz verdadeiro. É essa voz firme e equilibrada que exalta em uma palavra a essência de toda escolha: Viva.

Duas almas.

Dois caminhos, como duas luzes. Dois rabos de cometa convictos de uma atração que ultrapassa o limite sideral, dançando pelo universo. Curvando-se entre os planetas na certeza da eterna atração. As luzes não se olham, não se tocam. Mas sabem que a existência de uma, só é possível com a outra. As faíscas de calor são a certeza de que não estão sozinhas. O calor abrangente que espanta a penumbra do universo infinito. Duas luzes de vida, duas almas. Que embora não se encontrem, sabem que só há possibilidade de existirem em um mundo onde o outro exista. Sem o calor do sentimento, a vida torna-se algo inconcebível. Haja o que houver não arranque essa luz de mim, não me furte o que há de mais divino: a minha essência que se cruzou com a tua. Não me importo com a cidade nua, a verdade crua. Não ligo para os dias e a alegria primaveril. Não ligo, não desfruto não uso. Pra quê ligar? O furto desse sentimento faz com que as linhas se tornem curvas. Por isso não me tomes quando imploro pela tua existência. A dança da vida só é possível enquanto suas narinas inspirarem oxigênio e os teus olhos se abrirem. A sua existência é condição única e essencial para a manutenção do meu "eu".