quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Duas almas.

Dois caminhos, como duas luzes. Dois rabos de cometa convictos de uma atração que ultrapassa o limite sideral, dançando pelo universo. Curvando-se entre os planetas na certeza da eterna atração. As luzes não se olham, não se tocam. Mas sabem que a existência de uma, só é possível com a outra. As faíscas de calor são a certeza de que não estão sozinhas. O calor abrangente que espanta a penumbra do universo infinito. Duas luzes de vida, duas almas. Que embora não se encontrem, sabem que só há possibilidade de existirem em um mundo onde o outro exista. Sem o calor do sentimento, a vida torna-se algo inconcebível. Haja o que houver não arranque essa luz de mim, não me furte o que há de mais divino: a minha essência que se cruzou com a tua. Não me importo com a cidade nua, a verdade crua. Não ligo para os dias e a alegria primaveril. Não ligo, não desfruto não uso. Pra quê ligar? O furto desse sentimento faz com que as linhas se tornem curvas. Por isso não me tomes quando imploro pela tua existência. A dança da vida só é possível enquanto suas narinas inspirarem oxigênio e os teus olhos se abrirem. A sua existência é condição única e essencial para a manutenção do meu "eu".

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