domingo, 13 de junho de 2010

A linha tênue, cara Lady Gaga.

Pra início de conversa não é sobre o meu Alejandro, com esse não há problemas de revolucionar. Daqui sairá uma miscelânea de opiniões sobre o assunto, porque eu não tenho apenas uma, mas sim várias. Todo mundo conhece a Lady Gaga, suportando ou não... Tem gente que não entende o sucesso, tem gente que adere ao modismo. Não sei em qual das partes eu estou. Me lembro de ter tido uma resistência enorme no início com relação a isso: puta loira, aprendiz de Madonna, rapa de Britney Spears com cabelo de Cristina Aguilera. Não conseguia dar credibilidade a uma musica como “Poker Face” apesar de repetir sempre o refrão... Fazia tempo que eu não repetia tanto um refrão desde “Bom-chi-bom-chi-bom-bom-bom”, não lembro o nome da música, mas o refrão se resumia a isso. (Meu lado disléxico adora esses fraseados com repetição, é quase como feriado em dia de semana.)
De tanto repetir o refrão, me interessei em conhecer. Me surpreendi, ou não. Não sei ao certo. Só sei que Lady Gaga passou a fazer parte da playlist, quase uma ofença a Lady Ella Fitzgerald que estava na mesma playlist. Tem horas que pensar cansa demais, então a gente abdica de toda a parte ideológica da coisa e parte pro abraço, tira um dia de diarista e faz aquela faxina na casa ao som de Lady Gaga, sonhando que a vassoura seja o Alejandro, o Fernando ou o Roberto. Recuem do lado ambíguo disso, vocês não tem jeito...! O grande dilema relacionando a cantora, pra mim, veio com o clipe de uma das minhas músicas preferidas dela:



Tem quem não goste da música, eu adoro... I Love repetitions! O problema foi o clipe... Existe uma linha tênue que separa o ridículo do revolucionário. Existe uma maldita linhazinha que tornou a composição desse clipe uma gafe musical, visual e, no modo mais abrangente, cultural. Pra começar eu tive vontade de mandar uma caixa de bombons com a seguinte mensagem para a cantora: “Querida, você não é o Michael Jackson!”. Oito minutos e 44 segundos me deixaram so tired, que eu prefiro nem comentar. Tive vontade umas mil vezes de fechar a aba do clipe e ir ver outra coisa... O que me prendeu foi a vontade de ser surpreendida no próximo segundo. Nem isso! Um clipe totalmente previsível e clichê durante oito minutos da minha vida.... Nesse tempo eu devoraria um Cheddar da Mcdonalds sem esforço, você que é gordinho como eu, sabe disso.
Outro ponto importantíssimo: esse negócio de usar terço e se vestir de freira é completamente last week. Hoje em dia ninguém mais respeita a igreja, nem mesmo os membros dela. Acredita-se em Deus, mas a idéia de igreja está afundando lentamente com o passar das gerações. Isso até me dá esperanças que um dia o mundo seja melhor, mais crítico, mas isso é assunto pra outras conversas. No mais, esfrega esfrega em clipe é até bom, mas quando é demais, fica forçado, ultrapassa.Quanto a liberdade de opção sexual, conheço gente que já fez melhor no intuito de revolucionar. Acho muita graça desse conceito glam envolvendo a Lady Gaga. Só pra fechar: achei o clipe um desastre, mas nos meus dias de faxina continuarei ouvindo. Quem mais sofre, é quem pensa demais.

2 comentários:

  1. Até seu próprio texto toma dois rumos! e pra eles eu permuto dois comentários:

    Sim sim, a escassez de orginalidade é algo séiro hoje em dia, mas sendo música como eu entendes que a criação da originalidade já se tornou tarefa épica por razões que são difíceis pra mim dissertar; mas como você disse, isso é assunto pra outras conversas.

    E pois pois, a ignorância é a bênção das massas. Fodidos somos nós que dissertamos belamente sobre diversos assuntos com todo teor crítico que há pra se ter. Feliz mesmo é o peão de obra que dança lady gaga com a nega depois de um dia inteiro de botar bRoco no lugar.

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  2. É minha mania de ser dipolo, namorado. Concordo contigo em gênero, número e grau. That's it, o texto prova.

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